quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Canções que me lembram pessoas e vice-versa

Ontem resolvi colocar o leitor de mp3 em "random". É giro porque acabam por aparecer canções que já não me lembrava que lá estavam. E que muito provavelmente não iria ouvir de outra forma.
Resultado: Calhou em rifa o "anybody seen my baby" dos stones. Ok, já é o mick jagger e o resto em modo de auto paródia (dear doctor, gimme shelter, sister morphine isso sim).
Mas a música lembra-me um um amigo meu. Um gajo? pergunta o leitor.
Passo a explicar. Um amigo meu chegou a namorar, sair, conviver-nunca percebi muito bem-com uma rapariga que trabalhava num clube de strip.
Um dia, quando dei por mim, estava a fazer companhia ao tipo enquanto este aguardava que a namorada deixasse o serviço.
Para já nunca vi tanta cabeça coroada junta. Havia uma sissi, uma cleopatra, uma vitória.
O ambiente era o que se esperava.Gajos com pinta de construtores civis, com a camisa aberta até à barriga. Cristo ao pescoço, com ar infeliz ao ver que a desgraça que o rodeia é pior que a cruz que o prende.
Fulanos com pinta de advogados. Telefonemas rápidos, acompanhados de ar angustiado:
"amor, não sei que diga.Vou ter que fazer noitada para tratar da constestação do eng.vilaça..."
Os inevitáveis sofás de veludo vermelho a combinar com os reposteiros do mesmo material.
Acabei por me divertir com a fauna que me rodeava. Com o disc jockey a anunciar actuações com a energia de quem relata façanhas no poço da morte da feira popular.
O meu único problema era tentar perceber quem era a companheira de vida (do mês) deste meu antigo colega de liceu.
É esta?É aquela?
Sacana, só me respondeu quando a mesma estava a meio da apresentação.Acompanhada desta canção dos stones,vestida de marinheiro por via do pato donald.
Aconteceu o que não queria. Ver a namorada de um amigo nua é uma situação uma bocado chata.Pelo menos para mim.
Enfim, após o espectáculo (que palavrita terna)a artista veio ter connosco acompanhada de uma colega. Aparentemente para não me sentir sozinho.
Por mais surreal que pareça, estive umas horitas a discutir literatura inglesa com uma stripper.
Juro...

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