segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"I am serious, and don't call me Shirley."

Hoje, por esse mundo fora milhares e milhares de blogs têm textos com votos de pesar pela morte do Leslie Nielson.
É normal, acho eu. O tipo marcou a infância de pessoas por este mundo fora.
Por mim falo. Quando, com 10 anos vi o "Planeta Proibido", com aquela música estranha, os cenários que nunca mais acabavam (bem haja a pintura matte), o robbie the robot, queria desesperadamente ser o comandante da nave espacial, com o queixo quadrado, cabelo grisalho e pose heróica.
Uns dois anos mais tarde e depois da ração de Monty Phyton, passa-me à frente dos olhos o "Aeroplano". E a minha cabeça rebentou. Não consegui parar de rir.
Anos depois, com mais filmes em cima, percebi que o Leslie Nielson transportou para a década de 80 do século passado, o que o Buster Keaton fazia no cinema mudo. Por mais estranhas as situações à volta do personagem , ver um actor reagir com o ar mais sério deste mundo é de rir à lágrimas.
Lá se estragou com os "Mr. Magoo" e por aí fora.
Mas só por causa daqueles dois filmes, devo-lhe horas de diversão.
Ainda hoje, de quando em vez, uso a expressão "don't call me shirley" com a minha cara metade.
Bem haja.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ultrapassado na parvoíce

Um dia tinha que acontecer.Hoje fui ultrapassado no índice de parvoíce pela minha colega da frente.
O objectivo do concurso diário passava por inventar títulos de filmes porno, com base em películas da disney ou obras literárias conhecidas.
Perdi. Mas perdi com honra.
Ultrapassar "porcalhontas" é impossível...
Tinha que me pisar cada vez que falava com um cliente, sob pena de me desmanchar todo a rir.
Parabens colega, estás lá!

Olha que grande surpresa...

Estive a ver ontem um suplemento de um jornal de economia que recebemos diariamente no serviço. A publicação em causa versava sobre os maiores escritórios de advogados em portugal. Descobri com enooooorme surpresa, que inúmeros sócios de algumas destas socieadades que realizam pareceres para o estado, têm cartãozinho do partido.
Sei porque os conheci noutras calendas. Jovens empreendedores, que já na faculdade andavam de blazer e sapatinho de vela. Imaculado cabelinho tipo secretário de estado.
E sim, a maioria já na altura não demonstrava uma opinião própria. Eram bonecos articulados, a mando da voz do patrão.
Hoje, devem estar grande parte deles bem orientadinhos com a coluna vertebral quebradiça, por carregarem com tanta merda em cima.Mas faz parte do contrato social que aceitaram.
Por fora parecem donos disto tudo, por dentro uns ressabiados. Não os queiram apanhar embriagados. Vem a dor de alma da criatura ao cimo.
Ainda na semana passada vi uma destas criaturas. Preocupado com o facto de maior parte das pessoas não perceber o magnífico esforço que se está a realizar economicamente. Parecia um balão cheio de hélio. Se lhe desse com um alfinete, rebentava.
O que me chateia, é que antes tinha que os gramar nas aulas.
Hoje em dia, através dos impostos mal distribuidos e das clientelas de ocasião, ainda lhes pago as noitadas no lux.
Puta de vida...

Tomem lá "blur". A letra lembra-me V.Exas.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gravity (2)

A minha colega da frente, cruzou-se na rua com a mesma rapariga que partilhou comigo o amor de deus...
Teve a mesma reacção que eu tive.
A sério, sinto vontade de agradecer à pessoa se a encontrar novamente.É o mínimo, alguém partilhar um pouco da vida desta mulher.
Não custa nada, são só umas palavras de alento.

Dia de greve

Hoje foi (está a ser) dia de greve. No meu trabalho, as coisas atingiram o nível do absurdo.
De meia em meia hora, recebia um mail do sindicato a apelar à paralisação (não te assustes com o patronato pá!!!), ou da administração a solicitar relatórios para ontem. Tudo num belo esforço para controlar de parte a parte, quem aderiu à greve.
A sério deixem-nos em paz, pode ser? Safa...
Tive que arranjar uma ideia ainda mais parva que esta perseguição atroz.
A meio da tarde, levei os meus colegas e a senhora da limpeza a gritarem a plenos pulmões o que vem abaixo, enquanto marcava o ritmo com reguadas na mesa:

-"Ich bin ein sturmbahnfuhrer ss! (sou um major da ss)"

-"Du ist der reichsfuhrer ss! (és o líder da ss)"

-"Ich verehre das fatherland." (amo a pátria)

-"Nationalsozialismus ist wunderbar!" (o nacional socialismo é espectacular)

Parti-me a rir. Até porque a senhora da limpeza é de origem cabo-verdiana. A convicção com que ela disse que era oficial das ss, foi de ir às lágrimas...

P.S: antes que me venham cá cair anónimos a dizerem mal, informo que foi uma piada ok?O gozo está no absurdo da situação...
Vejam lá isso.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Da´-se recompensa a quem perceber isto...

O pa´, a se´rio ja´ deixou de ter graça. O teclado insiste em fazer dois acentos, e tudo fora do sitio. Gaita pa´...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A sério, mas de que planeta veio esta gente?

Hoje, logo para início de dia de trabalho, levei com uma criatura que não era, nem nunca foi de certeza um ser humano funcional.
Era uma harpia. E estou a tentar ser delicado.
Nunca fui tão enxovalhado, insultado, deitado abaixo como o que esta personagem me fez passar.
Mas quem é que se levanta pela manhã e vai insultar alguém da forma que o fez pelas 8e30?
Não me venham com a treta que os tempos estão maus e as pessoas andam nervosas.
Existe malta que devia viver numa jaula.
Andei abananado o dia todo. Não fiz nada de jeito, perdi o cartão multibanco.
Um horror sem explicação, palavra de honra.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não consegui parar de rir

É oficial.
Vi o pior filme da minha vida.Não é só o tarantino que gosta de filmes rasca dos anos 70.
Como é que um gajo resiste a algo chamado: "invasion of the blood farmers" e "satan's cheerleaders"?
Ou a obra prima com o título "children shouldn't play with dead things"?
Mas eis que surge: "the rats are coming!the werewolves are here!".
Com terríveis hamsters a fazerem de ratos...
Um dia, vou olhar para trás e perceber que gastei a minha vida...
Mas passei anos a rir. Vai ser o meu consolo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gravity

Hoje de manhã, enquanto tomava o meu café, uma rapariga com uns olhos de coelhinho assustado chegou ao pé de mim e disse:
-"Peço desculpa de o incomodar. Queria só dizer-lhe que deus o ama.Obrigado".
Fez isto com toda a gente que se encontrava no estabelecimento. Uma a uma, com uma paciência resignada.
Na totalidade, todas as pessoas se riram, tirando a minha modesta pessoa.
A cada cumprimento que a via fazer, sentia um peso cada vez maior no peito.
Lá seguiu, rua fora, repetindo como uma mantra a todas as pessoas que por ela passavam o cumprimento divino.
Acabei por chegar a uma conclusão enquanto regressava ao trabalho.
A loucura desta rapariga é mais do que muita gente tem.
Pelo menos tem o mundo dela.
Provavelmente com um sofrimento atroz.Mas é dela. Tem mais do que muitos artolas que se perdem pelo goucha ou pelo gordalhufo do mendes.
Como diria o joker,desde criança o meu personagem favorito de bd:
-"Madness is like gravity.All it takes is a little push!"
Quem se ri com uma uma coisa destas, devia pensar um pouco nisto.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Anger

Como adoro cinema, tento dentro do possível ver tudo o que me passe pela frente.
Bom ou mau, aprendo sempre alguma coisa. O Cintra Ferreira (os irmãos Lumiére o tenham em sagrado repouso), escreveu como aprendeu a gostar de cinema. É perfeitamente delicioso.
Um tio, resolveu levá-lo a ver um filme pornográfico por forma a causar no pequeno Manuel repulsa por tais fenómenos.Bem se lixou o familiar.
O futuro crítico levou o tempo todo a apreciar os planos de câmara mal amanhados, a falta de iluminação correcta, a montagem de fugir.
E é bem verdade. Aprende-se mais sobre a 7ª arte a ver mau cinema do que com o scorsese ou o eisenstein por exemplo. Porque já se dá como adquirido que com estes gajos se vai apreciar algo pensado, ponderado e com um fito na mensagem a transmitir pela imagem.
A sério, vejam um filme de terror rasca ou um porno, e depois experimentem ver o "casablanca". O vosso cérebro, os vossos olhos apreciam este último de outra forma.Torna-se ainda mais requintado.
Tudo isto para escrever sobre Kenneth Anger.
Hoje em dia, não deve haver muita gente a (re)conhecer o nome da criatura, quanto mais os filmes.
Ninguém sabe muito sobre a vida do realizador. Terá nascido por volta de 1927 (não vou maçar o leitor, mas existem pontos na vida dele que confirmam ou infirmam este dado. Seja ter privado com algumas pessoas em hollywood como a shirley temple, ou ter entrado como actor em determinadas películas que não batem certo com a data apresentada. É um mistério cultivado pelo próprio.)
O 1º filme como realizador terá sido "fireworks", em 1947. Pelas contas, teria vinte anos certo?O gajo alega que o filmou com 17. Enfim...
Tem como tema, muito sumariamente a descoberta da sexualidade por parte de um jovem homosexual (interpretado pelo próprio). Mete marinheiros, gajos com ar lânguido.Os clichés todos.
Mas o que importa para a história do cinema é o facto de Anger ter contribuido para uma revolução nesta forma de arte.
Contra os cineastas que, segundo ele levavam o cinema ao marasmo, como antonioni (pelo facto de retirarem toda a emoção dos planos, de sugarem todo o carácter visceral à imagem apresentada), Kenneth propunha filmes emocionalmente interventivos. Assentes em 1º lugar na impressão inicial sobre os sentidos. E que se lixe a conceptualização.
Anger acaba de certa forma, por fazer a ponte entre o cinema surrealista de um bunuel e as actuais instalações de vídeo nas artes plásticas. Vejam o 2º trabalho que apresento neste texto como sinónimo disso mesmo. Mickey mouse é reduzido ao absurdo, ad nauseum.
Completamente marado da tola, é influência em cineastas tão importantes como david lynch, scorsese.
Tentei arranjar filmes completos. Não apresento o "fireworks" ou o importante "lucifer rising", porque só encontrei versões em duas partes separadas. Para mim era um crime partilhar isso com o leitor, pois estraga toda a experiência sensorial dos filmes.
Optei assim pelo "invocation of my demon brother" de 1969 e "mouse heaven" de 2004.
O 1º, resulta do experimentalismo cultural e social dos anos 60. Tem música de mick jagger por exemplo.
Explora temas de oculto tão em voga nesta década, resultantes do renascimento do trabalho de alaistar crowley, o mago do início do século 20.A título de curiosidade, sempre se dirá que, aquando da projecção pública em londres, Anger surgia em palco indicando ao público o momento de tomar as pastilhas de lsd.Lindo...
O 2º, resulta numa instalação de vídeo em que o realizador decompõe, com alusões muitas vezes sexuais uma figura do imaginário infantil colectivo (daí a repetição quase em loop), seja mickey mouse.
Espero que apreciem.








quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Safa que o tempo passa depressa...

É oficial.
Duas semanas de férias passaram num instante. Recordo com saudade poder ler durante o dia. Dormir até às 11 da manhã, 13e30H mais ou menos.
Despachar dois filmes numa tarde.
Não ter que ouvir a música do "dexter" de quando em vez (toque para chamadas de trabalho).
Amanhã temos então um belo fatinho para vestir, barba feita e ala para o sensual mundo da finança...
(suspiro)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Peep show

Não deve haver sítio melhor para ver pessoas...curiosas como o metropolitano.
Hoje, tive a sorte de presenciar umas figurinhas catitas:

Um casalito na casa dos 16 anos, com a seguinte apreciação musical:

-É pá descobri uma banda já bué antiga, bem, tipo, brutal...

-Quem?

-Os "papa roach"!

Pára, pára tudo.

Em 1º lugar os "papa roach" não são bué antigos. Devem ter aparecido há uns seis anos. Depois (desculpem se ofendo alguém) não valem ponta de corno (cut my life in to pieces/this is my last resort...).
Quanto a brutalidade, pois...hmmm, adiante.

Continuem portanto...

-A minha irmã sacou-me para o ipod "nirvana" e "alice in chains".

-Esses bacanos não acabaram já? (sorriso) Isso então é buueeda velho.

Pára, pára tudo.

Eu tinha 16 anos quando saiu o "nevermind". Ainda não estou na reforma!
Cruzes a juventude...


Mudo de linha, e nos lugares em frente ao meu sentam-se dois gajos.
Pelo aspecto,devem levar o dia no ginásio e a noite a engatar miudas nos bares das docas.De preferência já tocadas, para não perceberem a desgraça que têm à frente.
Então, ambos de camisolitas de alças (hoje choveu, mas o verdadeiro troglodita está habituado a qualquer clima fora da caverna), telemóvel a bombar o "lose yourself" do eminem. Porque são gajos muito perigosos,mafiosos de parque infantil.
E falaram sobre quê?
GINÁSIO!!!! E hormonas que andam a tomar.
Força com as cápsulas, mas tenham em mente que a voz de falsete não se ouve por cima do ruido das colunas de discoteca.

Para fechar com chave de ouro, apanhei o "ceguinho rapper" na linha azul. Quando começou a insultar toda a gente, parti-me a rir.
Tive que dar dinheiro ao gajo. Um tipo que insulta quem potencialmente lhe possa dar uns trocos, merece o meu profundo respeito.
É um nível que nunca irei alcançar.

A minha cabeça é muuuiiito estranha

Ontem à noite tive um dos sonhos mais estranhos da minha vida. E já foram bastantes, acreditem.
Estava num comboio, nos anos 30 do século passado. Pela linguagem utilizada à minha volta bem como pelas placas ao longo da percurso, constatei ser uma composição alemã.
No banco em frente ao meu, sentou-se uma senhora idosa, acompanhada de um miudo com o cabelo muito escuro, melena caida sobre os olhos.
Passado pouco tempo, a criança começou a tocar trombone, não parando apesar dos reparos feitos pela acompanhante.
Misteriosamente ( onde já vai o meu alemão...), tambem eu comecei a ralhar com o miudo, fazendo notar que estava a incomodar toda a carruagem.
Após o meu ralhete, o miudo começou a crescer, apareceu um bigodito sobre o lábio superior. Urrou, aos murros no suporte do assento de uma forma completamente descontrolada.
Quando dei por mim, todos os passageiros do comboio estavam a bater com os costados num campo de concentração.
De onde fomos salvos.
Pelo monstro de frankenstein...
(suspiro)Das duas uma:
Ou deixo de ler livros sobre a 2ª guerra mundial, ou passo a comer qualquer coisa mais levezinha à noite.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Orgulho

Hoje, enquanto via o VH1 à tarde (vantagem das férias) apanhei esta musiquita dos Bee Gees. Não sou grande apreciador, verdade seja dita.
Mas estes gajos lembram-me o meu pai. Ele sim, que cresceu com eles, costuma ouvir estes falsetes.
Descobri com ele os Beatles, mas traço limites.
Tudo isto para chegar a um ponto. Durante muitos anos não nos demos muito bem.
Agora, com mais uns anitos em cima de ambos, descobrimos que até nos compreendemos bem. E que nos aceitamos como somos.
Este mês, o meu pai foi fotografado para uma revista, com um pequeno texto sobre a actividade profissional que tem. Nos termos mais gentis possíveis.
Fiquei cheio de orgulho por isso.
Mereces pai.



Então vamos lá à "Rede Social"...

Acho que é sempre mais difícil escrever sobre uma obra de arte de alguém que apreciamos do fundo do coração.
Por exemplo, posso dizer que o "último exorcismo", é uma merda sem pés nem cabeça.
Já vi aquilo 50 mil vezes.
Escolher como método de filmar o "mockumentary", implica que não haja verdadeiramente personagens. Quando à ultima hora, se descobre que afinal até davam jeito (especialmente no 3º acto quando a acção é dirigida à conclusão do filme), só pode dar asneira.
Mas o Fincher, para mim é diferente. Desde o Kubrick que não via um esteta cinematográfico tão perfeito.
Pode pegar-se em qualquer frame dum filme destes dois, que a imagem vive por si só. Não ficava mal numa parede, como se fosse um quadro.
Até agora do tio David, só a "sala de pânico" me deixou um pouco desiludido.
Adoro o "alien 3" por exemplo. Vou cometer o exagero (para muitos) de afirmar que é provavelmente o melhor de todos os filmes da saga.
Já aqui no que foi o 1º filme dele, transparece o tema principal da sua obra.
Fincher trabalha muito bem os "buracos" entre as relações humanas. Não o que elas têm por si, mas os enganos, os efeitos que a falta de comunicação provocam.
Violência extrema no caso do "seven".
Incapacidade de reacção no "jogo".
Criação de uma nova realidade no caso do "fight club".
É interessante ver como a "rede social" vem retomar muitos destes pontos.
Por não se conseguir integrar na realidade existente, Zuckerberg (magnífica interpretação de Jesse Eisenberg), cria uma ficticia. Do qual ele próprio acaba por ser motor e vítima.
Há de certa forma, uma recuperação do assassino no "seven". Ambos os personagens são desde o início "deus ex machina" dos demais, acabando por se perderem no mundo por eles iniciado.
Existe uma busca por um santo graal pessoal, (bem como a contraposição com os efeitos decorrentes) como no "zodiac". Na "rede social", o clube mais exclusivo, imaterial.Mas que necessita de convite personalizado, assente numa realidade emocional pré existente.
Naquele, o conforto de encontrar um assassino que nunca se mostra, no que ficamos reduzidos aos efeitos provocados no mundo real.
Quanto à cinematografia, os travellings, a composição das sombras (é interessante ver como Fincher trabalha tão bem a ausência de luz), são de uma segurança e de uma beleza extraordinárias.
Ide ver à confiança.

p.s: Para quem se interesse por comentários de realizador, o Fincher é dos melhores que por aí anda. A maneira como o homem explica a composição da imagem, os elementos técnicos envolvidos, são autênticas lições de cinema.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

And you think you're so clever and classless and free, But you're still fucking peasents as far as I can see,

Ok, resolvi dar uma chance ao Lennon a solo. Sou daqueles gajos, de contorno básico (admito) que acha que a Yoko deu cabo dos Beatles.
Mas a verdade, é que entre muita coisa mázinha, os lp's a solo da criatura até têm coisitas giras.
Ouvir o "working class hero", na versão mais crua, só voz e guitarra acústica, arrepia um bocadinho.
Vem isto a propósito por duas razões:
1) Hoje ouvi compulsivamente 3 discos do personagem;

2) O verso que dá o mote a estas palavritas, descreve na perfeição o diálogo que hoje mantive com um antigo colega de faculdade.
Estava eu a apreciar o meu 24º pedacinho de sushi, quando na mesa ao lado da minha, se sentou uma criatura que me dava nojo nos tempos académicos.Agora ainda mais.
Quando um gajo começa a ter a sua vida profissional,a sua independência e acha que não tem que engolir sapos à borla.
Ora, foi como segue:

- Olha, quem aqui está...

-( grunhido de assentimento)

- Tanto tempo! Não estás de fato...a vida corre mal?

- (dentro de mim mesmo: vai-te f&%$)!)

- Esta é minha namorada, já agora aproveito para apresentar.

(Aperto de mão entre mim e a vítima que tem que gramar com este pulha.)

- Mas conta lá, o que é feito de ti? Estás a trabalhar em que escritório?

- Em nenhum.

-(com sorriso sarcástico)Ah...pois, os tempos estão maus amigo. Eu felizmente entrei no escritório do (...) e por lá estou. Desde o final da faculdade.

- Porreiro pá. Eu estou a trabalhar no (...).

- Pois, pois. És assalariado então. Os sonhos, as pessoas mudam não é pá?

(Peço o café e a conta)

- Olha, em primeiro lugar, algumas pessoas não mudam.Continuam os mesmos sacanas que eram antes.Até o teu acne está na mesma.
Andavas pelas aulas a foder gajos, a torto e a direito e deves continuar na mesma.

(Expressão de choque nos membros do casal.)

- Em segundo lugar, sim, recebo um ordenado fixo e ainda bem. Não tenho razões de queixa. Ao contrário de ti, que como milhares de gajos neste país anda todo contente a passar recibos verdes, a mando de um gajo com uma cédula mais antiga que a tua.
Comes e calas. Até as prostitutas têm a possibilidade de rejeitar um cliente, ao contrário de ti meu merdas.


(Expressão de choque nos membros do casal.)

-E pára de enganar a rapariga, meu panasca asqueroso.

(Saí)

Isto para chegar ao título. Anda por aí muito campónio, verdade seja dita.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sou fraquinho de cabeça...

... eu sei.Como ainda ando a digerir o filme do Fincher, andei na net à procura de filmes novos que vão estrear.
Com a sorte que eu tenho, o novo filme do twilight vai ocupar 1500 salas pelo menos, sendo que esta prometedora pérola de exploitation vai ficar pelo caminho.
Tristeza de vida...


sábado, 6 de novembro de 2010

Alto risco

Estava agora a ver o telejornal, quando surgiu a apreciação (durante 15 minutos!) de um jogo de futebol entre o porto e o benfica. Marcado para amanhã, é do ponto de vista da psp um "jogo de alto risco".
Mas está tudo parvo!? Temos homens ou temos garotos?
Uma merda de um jogo de futebol leva um quarto de hora de noticiario?
Tolerância zero por parte da polícia? Mas estamos a falar de traficantes de droga ou nhurros sem nada para fazer?
A sério que não entendo...
Por mim, bem se podem matar a todos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Edições especiais

Ontem vi na fnac, uma edição especial do 1º filme do "sexo e a cidade", desenhada pelo christian lacroix...
hmmm...
Para quando uma edição do "massacre no texas" da autoria do talhante da minha rua?
Eu também tenho sentimentos ok?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Escutismo para todos

Quando um dia a minha mãe chegou a casa e me transmitiu que estava inscrito nos escuteiros, só me ocorreu uma pergunta:
" Diz-me onde errei para estar a ser castigado desta forma?" Ainda hoje estou à espera da resposta...
Vamos esclarecer uma coisa desde já. E que venham anónimos em barda chatear-me a molécula. O espírito escutista, é uma fraude, uma merda insuportável.
Deve ser a pior invenção humana antes dos telemóveis que andam a bombar no metro, a chatear toda a gente.
O escutismo, é o filho de uma relação entre satanás e uma meretriz babilónica.
Para quem não sabe, existem três organizações em portugal a seguir os ensinamentos do baden-powell. Os escutas, os escuteiros, e as guias de portugal.
A merda é toda a mesma, na sua essência. As duas grandes diferenças são:
Os 1ºs estão ligados à igreja católica, os outros não.
As guias de portugal, só tem meninas nos quadros.
Para quem se esteja a questionar, frequentei os escutas.
No meu tempo (acho que continua a ser assim), havia quatro divisões em função da idade:
Lobitos (lenço branco e amarelo)
Juniores (lenço branco e verde)
Séniores (lenço azul e branco)
Caminheiros (lenço vermelho e branco.Geralmente são os cabrões com idade para ter juízo e andarem de calças, que se encontram na rua do carmo, a comer gelados à sombra, enquanto as divisões anteriores esturricam ao sol, vendendo calendários).

Os nobres ensinamentos deste asco, encontram-se num livro dum militar inglês, chamado baden powell. O original, tem o título "Scouting for boys".Acho que mesmo naquela altura, a piada não se deve ter perdido.
Não, não tem nada a ver com o livro dos escuteiros mirins da disney. É uma treta pegada, sem nexo, que mistura bonitas estórias de heroísmo juvenil ( na veia da enid blyton), com canções e esquemas de nós, que nenhum ser humano socialmente funcional aproveitará.
A menos que seja psicopata e queira prender pessoas no porta bagagens do carro.
Aparentemente, o cavalheiro esteve colocado na india, tendo ficado maravilhado com a coragem de um jovem nativo que, mesmo debaixo de fogo inimigo, entregava sempre as mensagens militares que lhe eram confiadas.
Daí ter achado que o mundo ocidental precisava urgentemente de uma organização para-militar que criasse neuroses na juventude incauta, foi um passo.
Mas basta de contexto, a minha experiência então.
Um horror.
Não tenho paciência para exercício da autoridade sem razão, donde darem-me ordens só porque exibem um "lenço acima", tinha que dar asneira.
Fartei-me de apanhar porrada.Sim,o espírito de atravessar velhinhas só existe na mente dos inocentes. Qualquer oportunidade é boa para exercitar o bullying.
Os acampamentos duravam geralmente de sexta a domingo, donde, no sábado, não havia banho.Não sei pelo leitor, mas dou grande importância à higiene pessoal...
Montar tendas e fazer o nosso próprio mobiliário, com madeira e cordas é mau.
Por isso é que o sr.ikea está rico ok?
Expliquem-me já agora onde está o espírito ecológico de mandar duas árvores abaixo para se contruir mesas que são utilizadas durante dois dias!?
Nunca vi tanto deboche à minha volta como nos anos que aqui passei.
Casais de namorados que discutiam, dando azo a que um dos pombinhos fosse passar a noite com companhia de ocasião na tenda do lado, era constante.
Joguitos teatrais de merda, à fogueira que só serviam para nos humilharmos uns aos outros.
Um primo (meu chefe) a correr atrás de mim com uma catana, só porque achou gira a ideia.
Passarmos fome, porque não havia um cabrão a chefiar que comprasse as vitualhas necessárias para aquela gente toda.
Andar 20 quilómetros com mochilas cheias, em pleno alentejo no verão.
Com malta a desmaiar.
Machados ao alcance de crianças.
Isto foi o "senhor das moscas", meus amigos.
Cerimónias paramilitares, com archotes incluidos, aquando da comemoração da morte do fundador.Tipo juventude hitleriana.
Caso haja dúvidas quanto à minha posição sobre o tema, cá vai.
Puta que pariu o escutismo.







(já não vou a tempo de apanhar o tribunal de haia, malandros...)

Mim quer para ontem!!

Se isto não estrear no nosso belo cantinho à beira mar plantado, vou-me transformar num rapazinho muito irritado...
Nazis, robots gigantes, rapariguitas com espadas!!! Só faltam zombies.
A sério, foi um rapazito de 14 anos a escrever isto, de certeza.
Isto não é um filme, é o catálogo da cabeça de qualquer puto deste mundo.
IUUUPPPIII!!!