Soube hoje de manhã que se tinha ido embora de viagem.
Sozinho, com o seu ar aprumado, olhos esverdeados e bigode de galã de cinema dos anos 40. Com a sua gargalhada e sentido de humor.O que melhor recordo em si, e que se calhar herdei.
É curioso, sempre o tratei por você, pelo respeito que impunha, por só o ver duas vezes por ano.Nas férias e no Natal.
E daí o tratar com uma distância prudente, típica de criança e que nunca perdi.
Mas hoje apetece-me tratar-te por tu. Porque me fazes falta. Porque me lembro de ti atras do balcão do café, com imensa pachorra com um miudo que deitava tudo abaixo.
Pelo facto de sempre sentires orgulho naquilo que ía fazendo bem. Por tudo enfim.
Adoro-te pelo facto de nos últimos tempos por cá, manteres tanta dignidade numa situação tão complicada, preso em ti mesmo.
Voa agora, pode ser? Com as asas grandes que sempre tiveste.
Um grande beijinho e até já.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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4 comentários:
Nunca mais me esqueci dos meus. Curiosamente, a alguns dei mais valor depois de se irem. Será da idade (minha, claro)? Maybe
Acho que tenho a sorte de ter gravada na memória a imagem dele em novo, não para o fim. Tens razão, se calhar é da idade. Um gajo começa a ver o tempo a passar e tanta coisa para fazer...Com a pressa de prosseguir o nosso rumo acho que damos como adquirido que algumas pessoas vão ficar sempre por cá.fazem parte do horizonte.fica o que aprendemos com elas.
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