domingo, 11 de abril de 2010

Até que enfim o homem acertou




Ok, custou mas foi. O Terry Gilliam fez um filme de jeito. É certo que o homem tem uma imaginação prodigiosa (basta ver as animações feitas aquando dos python), mas o complexo de Orson Welles( pensar que é um génio e está tudo contra ele) que lhe assiste tem dado resultados cinematográficos menores-vide o "Os irmãos Grimm"-ou pompososos e cheios de rodriguinhos, "Doze Macacos" por exemplo.
Pode ver-se o "Dr.Parnassus" de duas formas:
1) Bora ver o último filme do Leadger, coitadinho já lá está e por aí fora;
2) Ver o filme em conjunto, com todos os elementos, com um gajo que por acaso já feneceu;

Para a primeira (algumas pessoas do auditório estavam lá para isso), não vale grande pena a análise.

Pela segunda, é de facto prodigioso. Gilliam conta uma fábula de contornos clássicos, com o negrume moral que as fábulas de bom tom devem ter. (Ouviste Timmy Burton!? A tua Alice é uma tristeza de ir às lágrimas...)
Bem filmado-o plano inicial da carroça a chegar a uma Londres moderna é lindo pela sua simplicidade, demonstrativa de algo que irrompe de um passado inexistente (sonhado?) no Mundo actual formatado e cheio de néons-e, o que não acontecia desde o "Brazil", visualmente suportado em ideias próprias (os cenários que se fragmentam, as animações que irrompem do meio do nada, o número musical) com uma estória com princípio meio e fim a servir de suporte.
Servindo para apagar o relativo amargo de boca de obras recentes, o filme consegue retirar do conjunto dos actores uma magnífica coerência. O Tom Waits faz um Diabo de truz. E sim, faz sentido ter o Ledger transformado noutra pessoa quando passa o espelho. Até porque aí só a nossa imaginação nos suporta.Como aliás deveria ser sempre, de qualquer dos lados. Tinhas razão Carroll... (percebes Timmy!?)

1 comentário:

I. disse...

Pá, eu gostei do 12 macacos. A sério, achei um dos bons papéis do Brad. Não é nada pomposo, tu é que és pomposo :P