Ok, resolvi dar uma chance ao Lennon a solo. Sou daqueles gajos, de contorno básico (admito) que acha que a Yoko deu cabo dos Beatles.
Mas a verdade, é que entre muita coisa mázinha, os lp's a solo da criatura até têm coisitas giras.
Ouvir o "working class hero", na versão mais crua, só voz e guitarra acústica, arrepia um bocadinho.
Vem isto a propósito por duas razões:
1) Hoje ouvi compulsivamente 3 discos do personagem;
2) O verso que dá o mote a estas palavritas, descreve na perfeição o diálogo que hoje mantive com um antigo colega de faculdade.
Estava eu a apreciar o meu 24º pedacinho de sushi, quando na mesa ao lado da minha, se sentou uma criatura que me dava nojo nos tempos académicos.Agora ainda mais.
Quando um gajo começa a ter a sua vida profissional,a sua independência e acha que não tem que engolir sapos à borla.
Ora, foi como segue:
- Olha, quem aqui está...
-( grunhido de assentimento)
- Tanto tempo! Não estás de fato...a vida corre mal?
- (dentro de mim mesmo: vai-te f&%$)!)
- Esta é minha namorada, já agora aproveito para apresentar.
(Aperto de mão entre mim e a vítima que tem que gramar com este pulha.)
- Mas conta lá, o que é feito de ti? Estás a trabalhar em que escritório?
- Em nenhum.
-(com sorriso sarcástico)Ah...pois, os tempos estão maus amigo. Eu felizmente entrei no escritório do (...) e por lá estou. Desde o final da faculdade.
- Porreiro pá. Eu estou a trabalhar no (...).
- Pois, pois. És assalariado então. Os sonhos, as pessoas mudam não é pá?
(Peço o café e a conta)
- Olha, em primeiro lugar, algumas pessoas não mudam.Continuam os mesmos sacanas que eram antes.Até o teu acne está na mesma.
Andavas pelas aulas a foder gajos, a torto e a direito e deves continuar na mesma.
(Expressão de choque nos membros do casal.)
- Em segundo lugar, sim, recebo um ordenado fixo e ainda bem. Não tenho razões de queixa. Ao contrário de ti, que como milhares de gajos neste país anda todo contente a passar recibos verdes, a mando de um gajo com uma cédula mais antiga que a tua.
Comes e calas. Até as prostitutas têm a possibilidade de rejeitar um cliente, ao contrário de ti meu merdas.
(Expressão de choque nos membros do casal.)
-E pára de enganar a rapariga, meu panasca asqueroso.
(Saí)
Isto para chegar ao título. Anda por aí muito campónio, verdade seja dita.
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6 comentários:
Se o escritório onde ele trabalha é aquele que me disseste, é verdade, ele é uma puta, e nem é das caras. A puta de luxo é o tal advogado que tem a placa à porta, e este deve ir buscar cafés e fazer pesquisa, agora assinar alguma coisa? Querias.
E tu tens é de ter orgulho no que és. Podes ser assalariado (eu também sou), mas pensas pela tua cabeça, és livre, e tens mais QI numa perna que muitos no corpinho todo. Queria ele (que também não tem a gaija que tu tens, olha o que fica a perder ;P).
Ora aqui está o meu optimismo a vir ao de cima.
E a minha gaija é a melhor :)
Shô dotôre,
O que eu gostava de ter tin-tins assim para mandar um montão de malta "c'us porcos".
Haja doidos como tu para o fazerem e para me inspirarem!
Rita: Muito obrigado pelas tuas palavras.Muitas vezes, gajos como eu sentem-se mal por extravasarem desta forma. Deita abaixo, acredita.
Acho muito sinceramente que andam por aí muitos inúteis a precisar que lhes abram a pestana.Não são mais que os outros.
Mas, se um dia for confrontado posso sempre dizer que sofro de tourette :)
Obrigado pelo doido. Vou entender como um grande elogio :)
A ideia era essa - "grande elogio". Eu própria gostava de mostrar um bocadinho mais o meu lado "doido" em algumas ocasiões.
Compreendo que deite abaixo mas há certamente momentos em que nos aquece a alma e faz bem fazer como o boneco do anuncio: "Deita cá p'ra fora".
Não podemos ser sempre o saco de pancada!
E sim, tourette é uma desculpa fantástica. Estou a pensar usar tb!
Se bem que fui sempre muito certinha e provavelmente não vão acreditar. Depois conto!
Rita:
A verdade, é que depois um gajo fica a remoer naquilo.Sabe bem quando se deita cá para fora, mas no dia a seguir a consciência dá-nos com força.
Por termos descido um degrau e ficarmos ao nível dos pulhas que nos chateiam.
Mas enfim, sabe bem.Porque como escreves e bem, não podemos ser saco de pancada. Conselho profissional: começa com alguém que possivelmente não voltes a ver.Ou se voltar a haver contacto que estejas nas tintas para o que disseste. Vai, abre as asas pequena aprendiz :)
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